
Como todos sabem, o
transporte público em todo o Brasil é de qualidade bem discutível (devo fazer
um post sobre o assunto, mas não ao caso agora). Entretanto, acabamos entrando
em contato com outras pessoas de realidades diferentes da nossa, mesmo morando na
mesma cidade. Diferença de idade,
orientação religiosa, orientação sexual, realidade econômica diferente. Além
disto, acabamos, muitas vezes sem querer, ouvindo a conversa daqueles que, como
eu e/ou você, estamos lá presentes.
Nesta semana, eu estava
em um ônibus. Aconteceu o que falei agora a pouco: percebi que um idoso ia
conversando com o cobrador. Não ia prestando muita atenção na conversa. Até que
o senhor falou uma frase que me chamou atenção. “O povo pensa que é malandro,
mas é otário”. A conversa se estendeu com o senhor explicando sua posição da
qual eu discordo e confesso que não lembro no momento (e acabei não entrando na
conversa). Mas sua frase acabou ficando.
Fiquei pensando nela
até escrever este post. E realmente, nós (brasileiros) achamos que somos
malandros, espertos que nosso jeitinho vai nos livrar ou que basta para
levarmos a vida. Mas não é nada disso. Somos verdadeiramente uns otários. Muitos
se acham sabidos e dão seu jeito, se enrolam mais na maioria das vezes e acabam
prejudicando aqueles que querem simplesmente viver de forma correta.
Jeitinho
x Criatividade
Sinceramente, acho que
somos um povo muito criativo. Quando nossa criatividade é usada para coisas
boas vemos verdadeiros ícones de nossa cultura. Pelé, Zico e Marta no futebol;
Oscar, Hortência e Paula no basquete; Caetano Veloso, Elis Reina na música; o
casal Jorge Amado e Zélia Gattai na literatura. Falta espaço aqui neste blog
para falar de todos aqueles que, com sua engenhosidade/originalidade, fizeram e
fazem parte da história do Brasil.
Infelizmente, essa
criatividade não é usada apenas para o lado bom. Pelo lado ruim também. Usamos
essa criatividade para benefício próprio e acabamos prejudicando terceiros. Vai
desde as menores coisas (furar fila, pessoas não idosas parando em vagas para
idosos, colar em prova, etc.) e indo até casos mais complexos (desvios de
dinheiro público para benefício próprio).
Sim! A corrupção é o
jeitinho brasileiro sendo executado. Quando um político nos rouba milhões, ele
está fazendo a mesma coisa que você que quando para na vaga de deficiente sem
ser um. É claro que a atitude do político está em uma escala muito maior. (o
que também não inocenta em nada nossos pequenos casos de violação da lei). Antes
que alguém possa achar que me considero um cidadão “limpo” ou até hipócrita,
confesso que também cometo meus “deslizes éticos”. Muito por isso vivemos na situação
em que nos encontramos e temos os políticos que temos. Enfim. Espero que você tenha
compreendido essa minha “viagem”. O que nos resta fazer? Ser menos o malandro e
mais o criativo. Farei minha parte. E você?
Vai fazer a sua?
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